A Batalha Judicial que Pode Mudar o Valor da Sua Aposentadoria (E o Placar Está 5 x 4!)
Milhões de brasileiros que dependem da Aposentadoria por Incapacidade Permanente (antiga Aposentadoria por Invalidez) estão acompanhando o julgamento mais importante do Supremo Tribunal Federal (STF) da última década: o Tema 1300.
Este julgamento não é apenas sobre números; é sobre a dignidade de quem, de forma permanente, não pode mais trabalhar e precisa de um amparo justo do INSS.
Neste artigo, vamos desmistificar o que está sendo discutido no STF, por que o cálculo atual é considerado injusto e, o mais importante, qual é o placar atual e os próximos passos.
O Tema Central: O Que Está em Jogo no Tema 1300?
O Tema 1300 questiona a regra de cálculo da Aposentadoria por Incapacidade Permanente (AIP) que foi implementada pela Reforma da Previdência (Emenda Constitucional nº 103), em vigor a partir de 13 de novembro de 2019.
A Simplificação do Caso:
Antes da Reforma, quando um trabalhador era considerado total e permanentemente incapaz para o trabalho, sua aposentadoria era integral (100%) sobre a média de seus salários de contribuição.
A partir de 2019, o cálculo mudou drasticamente, introduzindo uma regra que, na maioria dos casos, reduz o valor do benefício para apenas 60%.
O cerne da discussão no STF é se essa redução é constitucional ou se o valor do benefício, por se tratar de uma incapacidade definitiva, deve retornar a ser 100% (integral).
A Injustiça dos 60%: Entendendo o Novo Cálculo
Para entender a relevância do julgamento, é crucial analisar como a Reforma alterou o cálculo do benefício para quem mais precisa: o trabalhador permanentemente inválido.
Como Era (Antes de 13/11/2019):
- 100% da média aritmética das maiores contribuições.
- Significado: O benefício era integral.
Como Ficou (Após 13/11/2019):
- 60% da média aritmética de todas as contribuições (desde 1994).
- Acrescenta-se:2% para cada ano de contribuição que exceder:
- 20 anos de contribuição (para homens).
- 15 anos de contribuição (para mulheres).
O Problema na Prática:
Na prática, um homem precisaria de 40 anos de contribuição ininterrupta para conseguir um benefício de 100%. Para alguém que está permanentemente incapacitado, exigir 40 anos de contribuição é, muitas vezes, uma meta inatingível.
Essa redução de 40% no valor do benefício atinge justamente o segurado em seu momento de maior vulnerabilidade, quando há necessidade de medicamentos, tratamentos e, em alguns casos, de um cuidador.
A Grande Contradição no Sistema Previdenciário
O ponto mais forte dos advogados previdenciaristas no STF é a contradição lógica gerada pela própria legislação pós-Reforma.
O Comparativo que Choca:
- Benefício de Incapacidade TEMPORÁRIA (Auxílio-Doença): Concedido para doenças menos graves, tem uma Renda Mensal Inicial (RMI) de 91% do salário de benefício.
- Benefício de Incapacidade PERMANENTE (Aposentadoria): Concedido para doenças mais graves e definitivas, tem uma RMI que começa em 60%.
Conclusão: A lei atual paga um valor menor para a incapacidade mais grave (permanente) do que para a incapacidade temporária. Isso fere a lógica do sistema previdenciário, que deveria dar maior proteção a quem foi permanentemente afastado do mercado de trabalho.
O Exemplo do Acidente de Trabalho
A injustiça se torna ainda mais evidente ao comparar o tratamento dado à doença comum e ao acidente de trabalho:
- Se a incapacidade permanente for causada por acidente de trabalho, o cálculo continua sendo 100% (integral).
- Se a incapacidade for causada por doença comum (mesmo um câncer grave), o cálculo é de 60%, na maioria dos casos.
Como pode um segurado que contribuiu por 20 anos receber 40% a menos do que um colega que contribuiu por 1 ano, apenas pela natureza da doença? É essa disparidade que o STF está buscando corrigir.
O Placar da Virada: O Julgamento no STF
A sessão do Supremo Tribunal Federal sobre o Tema 1300 tem sido marcada por grande expectativa e reviravolta.
A Situação Atual:
O julgamento, que teve início no Plenário Virtual e foi remetido para o Plenário Físico, viu uma virada importante nos votos dos ministros.
| Posição | Placar Parcial | Ministros a Favor |
| A Favor dos Aposentados | 5 votos | (A favor do 100% integral) |
| Contra os Aposentados | 4 votos | (A favor da regra de 60%) |
Atenção: O julgamento NÃO terminou.
Os Votos que Faltam:
Para que a tese seja definitivamente aprovada e o benefício retorne ao patamar de 100%, faltam os votos de dois ministros:
- Ministro Gilmar Mendes
- Ministro Luiz Fux
É importante notar que o julgamento está suspenso e o Ministro Gilmar Mendes já havia se manifestado contrariamente em uma fase inicial do processo. A expectativa é que, na retomada do julgamento, ele possa reavaliar seu posicionamento diante dos argumentos apresentados pelos advogados.
⚠️ ALERTA: Não Caia em Notícias Falsas!
Devido à alta relevância do Tema 1300, a internet está repleta de desinformação.
Cuidado com as seguintes afirmações falsas:
- “O STF já bateu o martelo e todos vão receber 100%.” (FALSO) – O julgamento ainda não foi concluído e o resultado final não é garantido.
- “Já comece a pedir a revisão no INSS.” (FALSO) – Sem a decisão final do STF, qualquer ação de revisão baseada neste tema é prematura e pode levar a custos desnecessários.
É fundamental buscar informações com cautela e apenas em fontes confiáveis. O andamento do processo deve ser acompanhado no site oficial do STF.
Conclusão: A Luta pela Dignidade
O Tema 1300 transcende a matemática previdenciária. Trata-se de uma questão de Justiça Social e do cumprimento de princípios constitucionais de proteção ao trabalhador.
A virada de placar no STF demonstra que os argumentos sobre a inconstitucionalidade e a injustiça do cálculo de 60% são fortes. A expectativa é que os ministros restantes confirmem a tese de que quem é permanentemente incapaz de trabalhar deve receber um benefício integral, permitindo-o não apenas sobreviver, mas viver com dignidade.
É preciso ter paciência, mas a esperança por uma decisão favorável aos aposentados é grande.
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